Episódio 886
"Decorria o ano de 2006 quando,
“acidentalmente” (nesta data já não via TV), ouvi uma cantora aos “gritos”. Sem
olhar, também eu gritei: credo, não batam mais na mulher!!! Como não sou
cantora, ninguém me ouviu. E ela, bem … ela lá continuou no seu canto até que,
de repente, passa de uns estrondosos agudos para uma sonoridade suave, doce,
grave, melodiosa, diria mesmo cativante! E foi esta passagem de canto lírico
para fado que me fez olhar para a TV e, aos gritos (ah ah ah, agora eu!),
exclamei: mas o que é isto? Fiquei ainda mais perplexa - de olhos esbugalhados
(ainda mais? Credo!) e boca aberta a olhar para uma “boneca”, muito
caracterizada, e bem!, que me fez pensar tratar-se de um robot!!!
Concluídas as tarefas domésticas
em casa da mãe, só parei numa discoteca à procura do CD. Havia um, “Music Box –
Fado em Concerto” o seu nome. De Yolanda Soares. Também a capa com um grafismo
e forma surpreendentes. Não fosse ela ter cantado em português e eu diria
tratar-se de uma cantora estrangeira. O conceito do CD está soberbo!
Passei a comportar-me,
literalmente, como uma criança com o seu brinquedo predileto: ouvir, vezes sem
conta, o CD. Estilo musical? Uiii, vários! Mistura de Fado, lírico, barroco,
gregoriano … Se gosto de Fado? De lírico? Nem por isso, mas também pouco
importa. Gostei das misturas. Da orquestração. Do todo, brilhante! A minha
música preferida e uma das que mais gosto: “Amanhecer!” Grande hino!
Outubro de 2015, num momento de agitação profissional e pessoal vem a necessidade de acalmar. Claro, o meu melhor calmante, antidepressivo, tranquilizante ou o que lhe quiserem chamar continua a ser … Music Box! E dá-se o clique: quem faz música assim? Quem canta assim? Era um robot? Se é humana existe! Por onde anda? Foi também neste momento que passei a utilizar mais o facebook. Escrevo o nome e … olha, existe, encontrei e anda nas redes sociais!!! Acidentalmente (era muito naba nas redes sociais, agora sou menos kakaka), cliquei em adicionar amigo lol e aquilo funcionou!! E o pedido foi aceite, para meu espanto!!! E … bum! O que eu perdi!
Ela tinha lançado outro CD – “Metamorphosis” – , um CD igualmente soberbo e brilhante e preparava-se para lançar um novo. Ainda tudo no segredo dos deuses kakakak.
Parti à descoberta no maravilhoso mundo WWW. Meu Deus … tanta coisa com qualidade e bonita. É uma artista completa. Pus de lado a minha timidez, armei-me de muito atrevimento e passei a interagir como se a conhecesse desde sempre e tivesse o direito de opinar! Ah Ah Ah, a opinar sobre o seu face, OMG! Bem, isso só aconteceu porque achei que era um dos principais veículos de divulgação do seu trabalho junto de amigos, fãs e seguidores. Portanto, a sua imagem de marca. Que deve ser bastante positiva e assertiva. E também fiquei a conhecer a pessoa. Dona de uma humildade enorme, estilo descontraído, brincalhão e bem humorado, sempre pronta a ajudar e a receber ajuda – não a nega. E foi neste contexto que me lançou o desafio – fazer a revisão do texto de inspiração do seu novo CD, Royal Fado. Nem pestanejei! Claro que faço, oh meu deus, fui às nuvens! Olha eu a “trabalhar” com a minha cantora portuguesa preferida e, ainda por cima, diz que vai pôr o meu nome no CD! O quê?!!?? Hein? Mas eu não fiz nada … o meu nome no CD?? – “Sabe Célia, SOMOS TODOS UM, o facto de eu ser artista não me faz um “bicho” diferente dos restantes. Por isso vejo as qualidades dos outros tão ou mais interessantes que a minha.” Obrigada Yolanda por me relembrar este cliché “somos todos um”, vivemos numa sociedade tão competitiva, egoísta e individualista que cai no esquecimento que o todo é muito mais que a simples soma das partes.
Bem, dizia eu, fui às nuvens!! Pois, e lá fiquei durante algum tempo. De lá fui vendo as novidades que iam gotejando. Eis que se fica a conhecer o logo/brasão do CD. Ah, é lindo, mesmo … ai, e eu que sempre quis fazer uma tattoo … olha, isto fica bem na pele, fica mesmo bem, faço, não faço … mas eu quero recordar para sempre o meu nome no CD!! FAÇO!
E quem faz? Tinha de ser alguém
com o mesmo gosto e admiração pela artista. Só assim teria a sensibilidade para
tatuar algo que não se consegue explicar: sente-se e vive-se num alimentar da
alma que acalma, rejuvenesce e nos faz levitar num mundo maravilhoso de sons,
cores, luzes e energias positivas. Não foi muito difícil descobrir esse alguém
nas muitas interações facebookianas da artista.
Obrigada Guilherme Araújo pela dedicação e pelo carinho com que me recebeste. A tatuagem está linda de morrer. És um espetáculo.
Obrigada Yolanda Soares por
permitires que eu faça parte deste teu caminho musical. És enorme.
PS2: Gui, apesar de a Yolanda ter visto logo a tatuagem no teu face, conseguimos (graças à tua história kakakaka) guardar segredo até ao concerto de estreia.
PS3: Quando a Yolanda viu a tatuagem no meu braço também ficou com os olhos esbugalhados e a boca aberta. Célia, isso sai!!??? Não! Ó Célia, isso já não sai mais, sabias? Claro Yolanda, caso contrário o Gui estaria à perna comigo! Kakaka Gosto de vocês."
por: Célia Portela